Hoje precisava ficar sozinha pela simples razão que os
meus pensamentos, por muito tempo, não me pertenciam. Ficar sozinha não
significava fazer nada, ficava sim ficar longe de qualquer coisa que pudesse me
conectar ao resto do mundo, como se isso fora possível.
Só sei que vesti meu “short” curto e minha camiseta de
trabalhadora “do lar”e comecei a cuidar da casa uma vez que na ânsia de estar
sozinha dispensei a senhora que limpava minha casa, desliguei o telefone,
internet e TV absolutamente proibidas , apenas uma música que ajudava a passar
o tempo.
Assim passaram um , mais um e outro cômodo pela
limpeza mais rigorosa que eu havia feito sob os acordes de “I wanna hold your
hand” e outras dos Beatles. Senti o suor
começar a correr pela minha pele, a me tornar como que molhada a ponto de
deslizar as mãos e elas correrem com liberdade tanta que, chegou um momento, eu
comecei a gostar de ter minhas próprias mãos em mim e também um sentimento que
eu gostaria que mais alguém visse que tinha um extremo prazer em me bastar no
meu prazer.
Como a roupa de cama estava para ser lavada, deitei-me
na minha cama de casal e comecei a deixar a mente fluir.
Engraçado como
a mente costuma a buscar pessoas e situações que me faziam compor um
quadro de exagerada sensualidade, até para meus próprios padrões. Só sei que
estava eu e Carla e mais três homens que conhecíamos e sentíamos um tremendo
tesão, homens que variavam do corpo atlético ao mais gordinho, com rostos e
atitudes que esbanjavam sensualidade como um denominador comum, máximo
denominador comum.
Ao imaginar aqueles três homens nus em nossa frente,
não pude conter um suspiro que ecoou pelo apartamento vazio e , nem tão pouco,
fazer de toda aquela cena uma forma de dominar Carla, de impor à ela a execução
das tarefas que desejava que ela cumprisse.
Cena de filme pornô? Pode ser que sim, uma satisfação
nada feminista de desejos ocultos... Só sei que pegando os longos cabelos de
Carla, enroleio-os em minhas mãos e a fiz ajoelhar.
- Ana! Calma! Por favor....
Não tinha porque ouvi-la , não fazia menor questão de
tanto! Só sei que coloquei-a no meio da roda de homens e fiz com que ela
provasse cada membro e os deixasse, progressiva e alternadamente rígidos.
Ao pensar nessa cena, o que me dava tesão, na verdade,
era o ato do domínio sobre Carla, a imposição da minha vontade, o mandar, ser
dona, tomar posse! Como aquela sensação maravilhosa me invadia quando meu dedo
tocava meu clitóris inchado e minha vagina úmida como nunca antes!
Na minha fantasia, depois de deixar aqueles homens
excitados, não coube à Carla receber aqueles membros eretos dentro de si já que
jamais permitiria essa espécie de “profanação” daquilo que me pertencia! Se
aqueles homens queriam fartar-se em sua sede quase animal, muito bem, que se
satisfizessem comigo! Carla não estava ao alcance deles, era minha, minha
posse, minha propriedade e eu a tomei para mim com toda intensidade que eu sei!
Coloquei-me de quatro para ser fodida com raiva e
alternadamente por aqueles garanhões que me penetravam com um ímpeto que , para
mim, a minha amada não deveria sentir mas deveria, isso sim, sentir meus dedos
e minha língua que a sugariam toda à partir dos seios , desceria pela barriga
em uma intensidade quase proporcional ao entra e sai que me tomava mas com
infinita mais demora e lentidão.
Só sei que aquele corpo que eu desejava hoje era
tomado e não me fiz de rogada e senti gostos que apenas tinha sentido semelhantes
quando chupava meus dedos que antes estavam dentro de mim. Que sensação
absolutamente arrebatadora. Como fazer que o meu agir anulasse a presença de
três homens que eu sempre desejava e seguia desejando como doida?